Ministro da Educação foge de perguntas na Comissão de Educação da Câmara

Nessa semana, a Comissão de Educação realizou audiência pública para debater com o ministro da Educação, Ricardo Vélez, sobre ações e políticas públicas, que estão sendo implementadas pelo MEC no atual governo, além de esclarecimentos sobre as declarações polêmicas do ministro para imprensa nos últimos meses.  Após cinco horas de reunião, Vélez não disse a que veio, não respondeu perguntas que envolvem o setor educacional do País, e deixou parlamentares da Comissão de Educação indignados com a postura do ocupante do cargo responsável pela educação brasileira.

Na exposição inicial de Ricardo Vélez, de apenas 20 minutos, o ministro apresentou tópicos e ideias evasivas. Não falou de financiamento, objetivos, e não convenceu os parlamentares e as entidades representativas do setor presentes na comissão. Em uma de suas falas, o ministro cometeu mais uma terrível gafe ao comparar o Brasil de hoje com a “Colômbia de ontem”, causando desconforto e protestos dentro do colegiado.

Para o deputado federal Zeca Dirceu, o despreparo de um ministro de Estado em relação às políticas públicas e investimentos para educação são alarmantes. “O ministro Ricardo Vélez fez declarações infelizes e deixou claro que não está a par do trabalho e da responsabilidade da pasta. Relembrei a ele suas falas atrapalhadas sobre as universidades, riscos de privatizações e destaquei que a meta 12 do PNE estabelece a ampliação de matrículas, por isso cobrei ações, prazos, explicações sobre cortes de cargos e desmontes. Como cidadão, me senti indignado por não ter nada de concreto nas respostas do ministro.”, reconheceu a deputada.

Vélez se apresentou favorável à continuidade do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), mas, ao mesmo tempo em que revelou ser favorável à desvinculação do orçamento da União. Falou em defesa de ampliação de recurso para educação, mas também se posicionou favorável à manutenção da Emenda 95 – que limita recursos para educação, conhecida como a PEC da Morte.

Ao decorrer da audiência, os parlamentares também questionaram o ministro sobre financiamento da educação, cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação (PNE), desvinculação da receita educacional do orçamento, Fies, Prouni, democracia nas escolas e universidades, Reforma da Previdência, permanência do Fundeb, entre outros, e, da mesma forma, ficaram sem respostas.

Foto: Lula Marques