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12/11/10 14:16

Banco Central e Dr. Meirelles, palavras, palavras, só isso... - por Zé Dirceu

Uma ida do presidente do Banco Central (BC), dr. Henrique Meirelles, à Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional e, mais uma vez, ficamos sem nada de novo. Ele não escondeu sequer sua oposição a proposta do presidente Lula e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de substituição do dólar como moeda de valor nas reservas e nas transações internacionais por uma cesta de moedas que inclua dentre outras o euro, o iene, o yuan e o real. O presidente do BC continua a discordar de políticas do presidente da República e do ministro da Fazenda! Inclusive da principal proposta que estes levaram à reunião do G-20 que se realiza ontem e hoje em Seul (Coréia do Sul). O câmbio flutuante, na prática, deixou de existir no mundo. do blog do Zé Dirceu - www.zedirceu.com.br. Leia a seguir a íntegra do post.

Uma ida do presidente do Banco Central (BC), dr. Henrique Meirelles, à Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional e, mais uma vez, ficamos sem nada de novo. Ele não escondeu sequer sua oposição a proposta do presidente Lula e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de substituição do dólar como moeda de valor nas reservas e nas transações internacionais por uma cesta de moedas que inclua dentre outras o euro, o iene, o yuan e o real.

O presidente do BC continua a discordar de políticas do presidente da República e do ministro da Fazenda! Inclusive da principal proposta que estes levaram à reunião do G-20 que se realiza ontem e hoje em Seul (Coréia do Sul). O câmbio flutuante, na prática, deixou de existir no mundo.

Todos o manipulam, mas aqui no Brasil, só agora acordamos para isso. Apesar dos alertas e da obviedade de que não dava mais para continuar acreditando num câmbio flutuante puro e limpo quando todos os países já praticavam o câmbio sujo. Mudar esse quadro só derrubando os juros, reduzindo a taxa Selic (10,75% hoje) e controlando os capitais.

Dr. Meirelles justifica sua discordância com o argumento de que, para viabilizar a proposta do ministro Mantega, não há um volume suficiente de outras moedas ou mesmo de DES - Direitos Especiais de Saque, a "moeda" usada contabilmente pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

"Seria algo desejável - concedeu - o proposto pelo ministro, mas para que isso aconteça, teria de haver um acordo global. E teria de se criar um volume suficiente de DES. Uma coisa que limita o uso de outras moedas é o volume delas, não suficiente para que elas possam ser usadas e este problema do DES hoje."

Inflação, pretexto conjuntural

O grave, nisso, é que o câmbio deixou de ser um problema do BC e da política monetária e passou a ser a principal questão de nossa economia e do mundo nos próximos meses. Se não há ingenuidade de nossa parte temos que deixar (principalmente o BC tem de deixar...) de tratar o câmbio como se não tivesse acontecendo nada no mundo - um mundo, registre-se com muita seriedade, onde o câmbio flutuante, na prática, deixou de existir.

Todos o manipulam, mas aqui no Brasil, só agora acordamos para isso. Apesar dos alertas e da obviedade de que não dava mais para continuar acreditando num câmbio flutuante puro e limpo quando todos os países já praticavam o câmbio sujo.

Para mudar precisamos começar pelos juros, reduzindo a taxa Selic (10,75% hoje) e controlando os capitais, já que o custo do acúmulo de reservas (mais de US$ 275 bi cuja manutenção custa R$ 45 bi/ano) ameaça o equilíbrio fiscal e os investimentos públicos.

O problema é como fazê-lo com o dr. Meirelles apegado a um pretexto conjuntural para manter essa sua história de que a projeção de inflação do BC não dá margem para reduzir juros.
 

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